4 de jan. de 2009

Interior Movimentado, Ji-Paraná e seu Fim de Semana barulhento

Vista do Hotel / Banda Hope / Banda Di Marco
Eu lá ia em direção à Jipa, tomando mais um daqueles ônibus que, aparentemente, são o máximo rumo a um fim-de-semana destruidor com direito a banda de metal e a gang de motoqueiros. Logo que saí da rodoviária me instalei no hotel bom e barato, que por uma leve coincidência, dá de fundos com uma prisão (foto). Chego ao quarto e vou buscar meu celular na minha mochila, onde tenho o telefone dos amigos que conheço na cidade e dou conta de que havia perdido. Por sorte quem o encontrou foi o pai de uma moça que trabalha na empresa de ônibus e que me fez o favor de enviar o bendito telefone o mais rápido possível. É difícil encontrar pessoas honestas assim hoje em dia... Além de ser uma cidade bonita, comparada à retorcida e capenga capital, as decorações de Natal eram muito mais bem elaboradas e contava até com uma “casa do papai noel” nas proximidades do centro: uma bela casinha, estilo colonial com grama por todo lado, luzes e enfeites. Tal lugar chega mesmo a ser tomado como um ponto turístico por sua beleza (sem foto dessa vez, visitem e vejam vocês mesmos). Já no sábado lá vamos eu e minha senhora ao local onde se realizaria a primeira quebradeira do fim-de-semana. Na verdade eu já conhecia o local, mas em outra situação. É uma lan-house um tanto pequena com um bar no fundo e um espaço que cabem no máximo 70 pessoas. A polícia passando na avenida atrás de motos e carros irregulares, pois bem em frente fica o “point” da música boa e dos “garotinhos e seus carros legais”, uma pequena turma já se junta na frente da On-line, all-star, camisas pretas e o pessoal das bandas.
Cumprimento o “DiMarco” Raphael que só agora encontro, me sento no meio-fio para tomar uns goles de uísque e é aí que aparecem uns motoqueiros com motos envenenadas e suas jaquetas surradas e estacionam suas monstras do outro lado da rua na minha frente. Fico sentado curtindo o bom vento da noite e pensando em como o lugar vai suportar esse povo que esta do lado de fora... Pago os dois mangos do ingresso e depois de um tempinho a primeira banda entra em cena, Hope de Ouro-preto d'Oeste, que tocou apenas umas três músicas e, segundo o vocalista, me contou na cavernosa fila do banheiro, interromperam o show porque o som estava ruim. Também pudera, o lugar é uma caixa de fósforos e eles tentaram tocar hardcore, não funcionou. Espero outra chance de poder vê-los melhor. Depois entra a DiMarco, com o vasto repertório, mesclando músicas próprias com um seleto grupo de covers como Arctic Monkeys, Los Hermanos (muito bem executado), Amy Winnehouse, Strokes, Moptop e sei lá mais o que indie. Uma observação importante é que a DiMarco, sempre que a assisto, soa bem, com som bom ou ruim, eles parecem sempre os mesmos, coesos e com forte vibração pop. Pontos altos para as músicas próprias como “Não há segredo no embalo dos nossos quadris” e tantas outras que poderiam se reproduzir e fazer mais presença no pacote DiMarco.
Eis que depois da DiMarco desses os motoqueiros lá de fora entram, o clima fica tenso e... Sim, eles são uma banda, não iam matar ninguém lá dentro, pelo menos não no nível físico, Old School Of Rock'nRoll é o que pode ser o nome do grupo quanto a descrição das covers que tocaram. Para quem não entendeu, um festival de covers de Black Sabath, StheppenWolf e essas coisas. Logo em uma altura em que eu bebia vodka pura e tentava falar com o “garçon” que se esquivava de uma garota que ocupava a parte de cima do único balcão do lugar. O som do lugar não era lá essas coisas, mas por dois reais, um ambiente bacana e com ar-condicionado, três bandas e um clima meio “pub” é de valer a pena. Depois eu e minha senhora tomamos carona com o “DiMarco” Raphael e fomos comer uns pastéis e ver capivaras na rua (não é nenhuma piada elas realmente aparecem num parque às margens do Rio Machado).

O domingo (28/12) prometia com o “Eu quero é rock”, festival que contaria com participação de bandas locais e de Jipa. Marcado para as 19hs calculei que poderia assistir as cinco bandas que estavam no cartaz e tomar o ônibus de volta no mesmo dia, afinal meu trabalho me espera. O evento teve um enorme atraso, quase umas duas horas. Nesse meio tempo saímos para conhecer melhor o que a cidade tinha para oferecer, visitamos uma espécie de parque com brinquedos e o presépio gigante, tudo muito bem arrumado, mas meio misturado demais, tendas de bebidas e música eletrônica (dance) estavam no mesmo espaço de carrosséis, tiro-ao-alvo e pescaria, vai entender. Calculei que o atraso mataria umas três bandas que iríamos assistir, mas não foi o caso, perdemos só duas.

Banda Djow / Banda Calibre a Gosto / Banda Hawk Angel
Quando voltamos ao Teatro Dominguinhos a banda Djow, de Cacoal, estava se apresentando, formada pelo guitarrista da Relicário que agora ataca de violão e nos vocais, muito bons por sinal, e por mais 3 integrantes segurando o instrumental tocaram um pop rock bem elaborado misturando covers de Capital Inicial e músicas próprias e relembrando o material da Relicário, com um guitarrista virtuoso e controlado e uma batera forte e simples mostraram a cara da nova música de Cacoal, revelando que esta cidade do interior tem música de alta qualidade. Tirando as roupas meio esquisitas foi um ótimo show. Até estou procurando na internet.
Logo após veio a Calibre a Gosto, de fato não consegui entender esse nome, tocaram o seu som pesadão meio new-metal meio Charlie Brown Jr, os pontos altos foram os covers de Rappa e suas músicas acompanhadas de um guitarrista absurdamente rápido. A banda em si é boa, com arranjos legais e meio inusitados, mas eu não conseguia entender quase nada que o vocalista grandão, musculoso e tatuado tentava cantar. A não ser no cover do Rappa que foi muito bem executado, mas gostei da banda e de sua presença de palco que não deixou ninguém parado dentro do gelado teatro que contava com o maior sistema de ar-condicionado dentro de um teatro que eu já vi, e senti. Depois disso veio a Hawk Angel. Das últimas duas vezes que os assisti tinham uma menina no vocal que tinham um gutural bem pesado, agora eles me aparecem com um vocalista e uma mudança de estilo drástica, passaram do gótico ao metal estilo Angra. Tudo que tenho condições de comentar é que o vocal desafina quando vai catar as notas mais altas naqueles gritinhos metal. A banda é coesa e muito bem ensaiada e agradou o público metaleiro que estava lá.
Ao todo no teatro haviam umas 300 pessoas que ficavam fora e dentro, o teatro sempre com um movimento bom e, até a hora em que saí, nada de brigas ou confusões. O som do local era bom demais, ouvia todas as guitarras, baixos e baterias, na mesa de som até um notebook era usado para as regulagens, uns dos melhores sons que já vi, talvez os produtores da capital devessem zelar por esse ponto como no interior. Devido ao atraso não pude assistir as ultimas duas bandas, Tatudikixuti e Urbanóids, fica para uma próxima.
Jipa, coloquem no mapa como ponto de encontro das bandas do estado todo, pois é a cidade que está praticamente no meio das distâncias e que sempre tem coisas legais rolando.

Por: Luiz Antonio - Colaborador Núcleo de Comunicação

6 comentários:

Anônimo disse...

e aew? agradeçemos pela visita, e ficamos tbm gratos pelo apreço que teve pela cidade.

gostei da matéria, achando necessário apenas um adendo: nessa nossa necessidade incessante de roturlar (não é uma acusação... isso existe principalmente comigo), achei meio "errônea" a comparação do som da Calibre a Gosto com " um som pesadão meio new-metal meio Charlie Brown Jr".

ho, após ver e ouvir várias bandas do estado (acredite: mais até do que gostaria), tenho a dizer que, do rótulo "Alternativo" (que num era pra ser um rótulo, mas virou), a única banda que não o usa, porém, faz juz, é a Referia Calibre.

até agora, vi pouquissimas bandas fazendo algo diferente das outras (como é o caso da Ultimato, bicho du lodo (ta escrito certo
?), entre outras)... mas ainda presas a alguams fortes influências percebidas logo de cara.

mas ainda sim, estas podem ser chamadas bandas de rock Alternativo, por criar suas vertentes, e usar da influencias de bandas que ouvem, e nã osimplismente copia-las, como a maioria faz (inclusive a minha, uma vez que só tocamos covers, e estamos bem assim, obrigado...hehe).

assim defendendo o rótulo de banda alternativa para Calibre a Gosto, agradeço novamente a visita e convido para vir sempre.

parabéns pela matéria, e até breve

Marconi "Pac Man"
Vocal/Baixo da Old School of Rock and Roll

Anônimo disse...

E ae... Não li a matéria toda, mas já começou errando na parte que chamou a gente de "gangue de motoqueiros"... Primeiro: não somos gangue! Segundo: "motoqueiro" é a puta que pariu... Somos MOTOCICLISTAS, ok? E não somos a banda... Era a galera dos Legionários da Amazônia MC e o único da banda que tava de "motoqueiro" (como vc mesmo diz) era eu. O resto é tudo "gente normal". O que acontece é que a Old School manda realmente aqueles covers rock n roll, coisa que "motoqueiro" curte, saca? E como, por coinciência eu sou da banda e sou "motoqueiro", chamei "minha gangue" pra prestigiar o evento. =)

Enfim...

Se com meia dúzia de "motoqueiros" vc ficou apavorado, um dia qualquer te chamo pra ir num encontro nosso só pra te ver cagar nas calças!

Nos vemos por ai!

Abraços,
Zeca Urubú (para os "motoqueiros")
Paulinho Biazi (para os músicos)

Felipe Carlos disse...

tem alguem q se sentiu ofendido por aqui. oo'

Anônimo disse...

Olá,

Com um pouco de atraso mas estou lendo seu post... e agradeço pela presença nos eventos de jipa.

Primeiro gostaria de agradecer o elogio quanto a estrutura e o som do 'Eu quero é Rock!', realmente trabalhamos bastante para conseguir isso...

Mas nao poderia deixar de fazer algumas observações:

01.Eu nao te conheço ainda, e pra falar a verdade esse é o primeiro texto seu que eu leio, mas acho q uma pessoa ligada a música, ainda mais o Rock, não poderia se mostrar tão preconceituoso quando vc demonstrou ser (me refiro aos motoqueiros, ou motociclistas, como preferem...)

"Sim, eles são uma banda, não iam matar ninguém lá dentro, pelo menos não no nível físico, Old School Of Rock'nRoll"

02. Quanto a Calibre,

"som pesadão meio new-metal meio Charlie Brown Jr"

hummmm... será?

"o vocalista grandão, musculoso e tatuado tentava cantar"

1,78m
74 Kg

De resto mais uma vez agradecemos a visita e fica sempre o convite, se depender de nós vc será sempre bem vindo em nossa cidade e nossos eventos, e quanto as bandas q vc nao pode ver no domingo, espero q tenha outras oportunidades, são boas bandas...

Obrigado,

Uelton Amorim
baixista da Calibre a Gosto / Di Marco

Anônimo disse...

LUIZ respondendo:
Não acho que fui preconceituoso não, eu sei que os motoqueiros não iam matar ninguem, sabia tambem que eram pessoas normais, tudo que escrevi sobre eles foi num tom meio descontraído. também sabia que não eram uma "gang" no sentido extremo do termo, foi só o visual diferente que chamou a atenção. E não vejo nenhuma diferença entre motoqueiros e motociclistas, não aparentemente. me desculpem se não entenderam o texto.

Quanto a C.A.G. não vou negar, o cara teve momentos bons nos vocais, mas boa parte do tempo eu não conseguia entender o que ele cantava, acho q não era culpa do som não. foi uma critica apenas, eu agradeceria se fizessem o mesmo comigo. A C.A.G. é boa, fiquei impressionado com as quebradas de tempo e a variedade do instrumental, bem melhor que muita banda na capital (inclusive a minha hehehe), mas so dei opniao, se não querem arriscar ou se por na linha de tiro...

Anônimo disse...

Pra corrigir a legenda da primeira foto, seria a vista do hotel, e a banda di marco tocando com amigos deles, e não a banda hope como diz lá. A banda Hope é formada por outros membros.